sábado, 15 de agosto de 2009

A Década do Tetra - Parte 1: Videogame Na TV

A Década do Tetra - Parte 1:
Videogame Na TV

Tempos maravilhosos. Alguém tem uma máquina do tempo? =]


Ahh, anos 90. Que década!


Um período que ficou evidente na mente e coração da nossa pobre e esfomeada, não menos alegre, população graças a conquista mundial do Brasil no Futebol em 1994. Eu não sou fã de futebol, mas admito que não perco uma Copa do Mundo (Talvez esse seja o momento mais Patriótico do Brasileiro). Alguns até definem esse como a melhor formação dos últimos tempos do nosso futebol - mas eu nem vou me estender nisso.

1994 não foi só um ano que me marca pelo reerguimento do Brasil no futebol como também me marca como um dos melhores anos da década. Um bom momento dos tempos de escola, bons filmes no cinema e bons jogos de videogame.

Falando em bons jogos de videogame, não posso me esquecer de jeito nenhum daquelas coisinhas que nos trazem uma mãozona na roda, as revistas especializadas. Sem as revistas nós não tínhamos quase que nenhuma referência para nos inteirar mais sobre o que rola ao redor do mundo quanto a isso.

Então, muito que raramente, se deparar com um programa, ou um especial, de games na TV, era uma dádiva de Deus e continua sendo nessa mídia convencional. Desde que começaram a surgir a alta censura nos nossos queridos jogos eletrônicos, a mídia caiu de malha. Pois é, quando encontram um rival, eles tocam na ferida - ou inventam uma. Já que é bem possível que hoje os games tragam algum incômodo para as redes de TV. Uma pedra no sapato daqueles que um dia foram uma segunda mãe das crianças. É mais que um simples ciuminho dessas queridas mãezonas. É aí que se nota: não há mesmo imparcialidade no telejornalismo.

Apesar dessa guerra que alguma vez a TV já declarou aos videogames - em especial a maioria dos programas alienados - vale lembrar que existiram programas que trouxeram uma imagem benéfica.

Começamos então com um especial Globo Repórter (A Febre do Videogame), programa exibido em 1991 (eu nem tive ideia da existência desse especial na época). Apesar daquelas faltas que todo expert em videogames vai notar do tipo "olha, chamaram o Sonic de gato" eu considero até muito bem feito o programa, pois nos dá uma noção de como era a sociedade Brasileira envolvida com games nesse período: a família jogava junto; contávamos também com uma população mais jovem (na faixa entre 10 e 16 anos); a imprensa também encarava o videogame de uma maneira mais ingênua - um brinquedo, daí uma das razões para o susto depois com a nova safra de jogos sanguinolentos e sem censura.

Para relembrar:
A Febre do Videogame
(diretamente do You Tube)
Nota (06:25): Aí se encontra alguns feras no videogame, como Toni Cavalheiro. Christian Zaharic chegou a virar garoto propaganda em alguns anúncios da Dynavision (foto abaixo), assim como seu irmão. Em 2006, Christian participou de um chatt no bate-papo UOL respondendo sobre estudos de mercado dos videogames. Em 2008, ele se tornou um especialista no ramo de sistemas para a Internet.

Grande Christian!

Nota2 (16:15): Nesse bloco se comenta sobre uma máquina raríssima conhecida como Hologram Time Traveller. Os games dos anos 90 também investiram muito em diversos tipos de tecnologia por computador, acompanhavam também o processo dos filmes. Hoje em dia a graça é o visual artificial, tentando explorar algum realismo pra impressionar. É fácil encontrar por aí comentários de que toda essa idéia de explorar uma interatividade mais real foi bizarro, tacam pedras de graça - uma pena - já que o processo ainda não chegou lá para dar o seu cala a boca. Mas sem nada disso, seria muito difícil a Sony engatar sua ideia de sucesso que foi o Playstation - e arrastando toda uma geração que a acompanha até hoje.

Nota3 (09:55): A-ha! Nesse bloco também citam o eterno e lendário Michael Jackson: - Então é aqui que se passeia o Michael Jackson, dentro de uma peça eletrônica. Se referindo a um (advinha quem?!) neurótico clássico, Moonwalker.
Me surpreendi nesse momento, eu não lembrava dessa parte (Coincidências à parte?! Hmm..!).


E 1991 era também o momento épico do Videoclipe Black Or White com aquelas transformações cujos efeitos lembram O Exterminador do Futuro 2 (ou o efeito Morph, para os íntimos).

Outra coisa é a presença de pessoas fantasiadas como os próprios personagens, e perambulando - feito o Robocop, A Tartaruga Ninja ou o Super Mario (09:29) - hoje conhecidos como Cosplayers. É claro que se uma pessoa comum não tinha nem noção disso, a mídia muito menos. Mas é fato que já existiam pessoas que se fantasiavam de personagens em determinados convenções de tecnologia envolvendo videogames naquela época - coisas que se assemelham a CES (Consumer Electronics Show), por exemplo, quando o negócio ficou mais especializado por aqui no fim dos anos 90 através de eventos de animação Japonesa.

Nota4 (17:29): Aqui fica registrado depoimentos e experiências de uma jornalista e um técnico em Eletrônica (com especialidades profissionais que hoje são mais associados à Informática), sobre os jogos de computador. Estas máquinas que ainda tinham uma qualidade que os videogames ainda penavam um bocado pra acompanhar - e já era um passo para se ter uma noção do que seria os jogos em CD depois, passo para a tecnologia aumentar e a qualidade se fragilizar. É meu velho, o vinho mais velho é sempre o melhor.

Game TV
(O programa da TV Gazeta)

Você provavelmente deve ter ouvido falar sobre o Game TV que passava na Rede Bandeirantes, com apresentadores do G4 Brasil (Play TV) mas não é esse programa que irei comentar aqui.
O programa em questão trata-se do Game TV, apresentado pela até então estreante Elisabeth de Carvalho, uma moça meiga e linda. Onde será que ela está?

A produção parece ser de uma obra independente da TV Gazeta (conhecida também como CNT), mas não tenho dados concretos para confirmar isso, mas é a ideia que a própria apresentadora traz no final.

É interessante que ao aparecer crianças no programa participando de blocos especiais (Desafio Game TV) há uma certa preocupação da própria apresentadora ou do próprio roteiro da produção: não larguem os estudos, não larguem os livros.. e em outros momentos uma linguagem mais moderna do tipo: sacanagem, né? Ao se referir um momento frustrante de um determinado jogo. Mas ao todo, há uma balança. É um programa voltado para Gamers de todas as idades e não apenas direcionado a um único grupo - o que lembra uma certa injustiça que o Multishow cometeu ao tirar o ótimo Cristiano Gualda do ar junto ao programa Stargame, anos depois, declarando que era um programa voltado apenas ao público pré adolescente.

Aqui vai uma pequena amostra do programa Game TV
Atualmente os trechos estão divididos em 12 partes em minha conta no You Tube, seguindo também com a despedida da moça que apresenta o programa, solicitando a força dos fãs para o seu retorno.

Eu lembro de ter assistido alguns programas, como um detonado de jogos, baseados em longas animados de cinema, como Beauty And The Beast e An American Tail - Fievel Goes To West, ambos de SNES. Era um programa muito direcionado mesmo com um cenário bem voltado aos games, com cartazes de jogos diversos na parede - a garotada da inclusão digital vai se lembrar logo do Angry Video Game Nerd.
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